sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Onda de ideias

A palavra pororoca origina-se do tupi, poro'roka e pode ser traduzida como um "estrondo". É um fenômeno tipicamente brasileiro e reconhecido mundialmente, caracterizado pela formação de ondas gigantes produzidas pelo encontro das águas do Rio Amazonas com o Oceano Atlântico. Há dezenas de anos atrai turistas e surfistas de diferentes localidades interessados em mais uma esplêndida exibição de gala da natureza brasileira. 
Entretanto, apesar de ainda encantar com suas belezas naturais, o Brasil há muito anda carente de um governo eficiente, de uma classe política atenta apenas aos  interesses do país e de ideais que sirvam de inspiração à população. O país, atualmente, se encontra completamente parado, sem rumo, resultado de uma crise política e econômica sem precedentes. A presidente Dilma Rousseff, após uma série de medidas intervencionistas e populistas na esfera econômica durante seu primeiro mandato, enterrou de vez o Brasil em uma recessão, com o agravante da deterioração fiscal e da inflação galopante que já ronda perigosamente a casa dos dois dígitos. A popularidade da nossa guerrilheira entrou em queda livre e hoje está perto de 10%, nível "impeachmamente" baixo para os padrões presidencialistas. Hoje, sua maior preocupação é em terminar o seu segundo mandato, já que os interesses do país vem depois, de acordo com a lógica brasileira. E se não bastassem todos esses problemas, os escândalos de corrupção envolvendo a Petrobrás e as maiores empreiteiras do país parecem não ter fim, minando completamente a recuperação do setor privado e dos investimentos no país.
Mas onde o Brasil, que parecia estar no caminho correto há 5 anos atrás, errou? A resposta é simples: nas ideias. Está cada vez mais claro para a população que aquela euforia vivida nos últimos anos foi só possibilitada pela estabilização econômica advinda do Plano Real e de um cenário externo favorável, com a disparada no preço das commodities e, consequentemente, dos termos de troca do país. Continuamos com a mesma cultura estatista, populista e clientelista, nos trazida pelos colonos portugueses e que insiste em aflorar em todas as esferas da economia brasileira. O que precisamos no país, então, são de diversas pororocas, ondas de ideias novas, que contagiem a população e combatam o atraso cultural brasileiro. Imagina juntarmos o grande espírito empreendedor brasileiro com as ideias liberais, simulando o choque das águas do Amazonas com o oceano? O efeito seria virtuoso. Não só na esfera econômica, mas sim nas demais (política e social). E esse modelo não precisa ser importado e falar inglês: a pororoca é brasileira com muito orgulho, assim como deve ser a mudança que precisamos implementar.